terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dez Conselhos aos jovens

Dez conselhos aos jovens
Dez conselhos de Bento XVI aos jovens.
Leiamos com carinho, pois é voz do nosso pastor para cada um de nós!
Dialogar diariamente com Deus, ler a Bíblia, ir à Missa do domingo, contar as alegrias e sofrimentos a Cristo, dar exemplo ou ser útil aos demais: são alguns dos conselhos que o Papa dá aos jovens.
Dialogar com Deus
“Alguns de vocês poderiam talvez se identificar com a descrição que Edith Stein fez de sua própria juventude, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia, ‘tinha perdido, consciente e deliberadamente, o costume de rezar’. Durante estes dias, poderão recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, que sabemos que nos ama e que, por sua vez, queremos amar”.

Contar a Deus os sofrimentos e as alegrias
“Abram seu coração a Deus. Deixem-se surpreender por Cristo. Concedam-lhe o ‘direito de falar com vocês’ durante estes dias. Abram as portas da liberdade a Seu amor misericordioso. Apresentem suas alegrias e suas penas a Cristo, deixando que Ele ilumine com Sua luz a mente de todos vocês e toque, com Sua graça, seus corações”.
Não desconfiar de Cristo
“Queridos jovens, a felicidade que procuram, a felicidade que têm direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Somente Ele dá plenitude de vida à humanidade. Digam, com Maria, o seu ‘sim’ ao Deus que quer se entregar a vocês. Repito hoje, o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa Cristo entrar na própria vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Somente com esta amizade se abrem completamente as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade, experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estejam plenamente convencidos: Cristo não elimina nada do que existe de formoso e grande em vocês, mas leva tudo à perfeição, para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.
Estar alegres: querer ser santos
“Além das vocações que implicam uma consagração especial, está também a vocação própria de todos os batizados: trata-se de uma vocação a aquele alto grau da vida cristã normal que se expressa na santidade. Quando alguém encontra Jesus e acolhe Seu Evangelho, a vida muda e a pessoa é levada a comunicar aos outros a própria experiência (…). A Igreja precisa de santos. Todos estamos chamados à santidade e somente os santos podem renovar a humanidade. Convido-os a fazer o esforço, já durante estes dias, de servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo lhes permitirá sentir interiormente a alegria de Sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois, nos seus ambientes”.

Deus: tema de conversação com os amigos
“São tantos nossos companheiros que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o amor de Deus, ou procuram preencher o coração com substitutos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhas do amor contemplado
em Cristo. Queridos jovens, a Igreja precisa de autênticas testemunhas para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos demais”.
Aos domingos, ir à Missa
Não deixem de participar da Eucaristia dominical e ajudem também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que precisamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Vamos nos comprometer com isso, vale a pena! Vamos descobrir a íntima riqueza da liturgia da Igreja e sua verdadeira grandeza: não somos nós que fazemos festa para nós mesmos, mas, ao contrário, é o próprio Deus vivente que nos prepara uma festa. Com o amor à Eucaristia, redescobrirão também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre iniciar de novo a nossa vida.
Demonstrar que Deus não é triste
Quem descobriu Cristo, deve levar outras pessoas a Ele. Uma grande alegria não deve ser guardada só para a própria pessoa. É preciso transmiti-la. Em numerosas partes do mundo, existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo continua do mesmo jeito sem Ele. Mas, ao mesmo tempo, existe também um sentimento de frustração, de insatisfação com tudo e com todos. Dá vontade de exclamar: não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente, não.
Conhecer a fé
Ajudem os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez mais para poder guiar também, de modo convincente, os outros até Ele. Por isso é tão importante o amor à sagrada Escritura e, de conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura.
Ajudar: ser útil
Se pensarmos e vivermos em virtude da comunicação com Cristo, então abriremos os olhos. Então, não nos adaptaremos mais a seguir vivendo preocupados somente por nós mesmos, mas veremos onde e como somos necessários. Vivendo e atuando assim, perceberemos logo que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos demais do que se preocupar somente do conforto que nos oferecem. Eu sei que vocês, como jovens, aspiram a coisas grandes, que querem se comprometer por um mundo melhor. Demonstrem isso aos homens, demonstrem ao mundo, que esperam exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo e que, sobretudo mediante o amor de vocês, poderá descobrir a estrela que, como pessoas de fé, seguimos.
Ler a Bíblia
O segredo para ter um “coração que entenda” é formar um coração capaz de escutar. Isto se consegue meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, através do esforço em conhecê-la sempre mais. Queridos jovens, exorto a todos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la sempre ao alcance da mão, para que ela seja para vocês como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprenderão a conhecer Cristo. São Jerônimo, ao respeito, nos diz: “O desconhecimento das Escrituras é desconhecimento de Cristo”.
* * *
Em resumo…
Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a palavra e colocando em prática a doutrina: eis aqui, jovens do terceiro milênio, aquele que deve ser seu programa! É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios de nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por todo lado. Isto é o que o Senhor lhes pede, a isto os convida a Igreja, isto é o que o mundo – mesmo sem sabê-lo – espera de vocês! E se Jesus os ama, não tenham medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando lhes propõe de segui-lo na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenham medo, confiem Nele e não ficarão decepcionados.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para se fazer uma boa confissão


CINCO PONTOS PARA UMA BOA CONFISSÃO

1 - Exame de consciência:
Devemos pensar seriamente, para saber como foram os nossos pensamentos, as nossas palavras, as nossas obras e as nossas omissões.

2 - Contribuição ou Arrependimento:
É a atitude daquele que se arrepende do seu pecado e volta para Deus.

3 - Propósito:
É a promessa que fazemos de evitar o pecado.

4 - Confissão ou Acusação:
É dizer os pecados ao Padre.

5 - Reparação ou Penitência:
É a oração que o Padre manda rezar.

OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS
1 - Dar bom conselho
2 - Ensinar os ignorantes
3 - Corrigir os que erram
4 - Consolar os aflitos
5 - Perdoar as injurias
6 - Sofrer com paciência as fraquezas do próximo
7 - Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

AS OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS
1 - Dar de comer a quem tem fome
2 - Dar de beber a quem tem sede
3 - Vestir os nus
4 - Dar pousada aos peregrinos
5 - Visitar os encarcerados
6 - Remir os cativos
7 - Enterrar os mortos.

MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS
1 - Amar a Deus sobre todas as coisas.
2 - Não tomar seu Santo Nome em vão.
3 - Guardar domingo e festas.
4 - Honrar pai e mãe.
5 - Não matar.
6 - Não pecar contra castidade.
7 - Não furtar.
8 - Não levantar falso testemunho.
9 - Não desejar a mulher do próximo.
10 - Não cobiçar as coisas alheias.

MANDAMENTO DA IGREJA
1 - Ouvir a missa inteira nos domingos e festas de guarda;
2 - Confessar-se ao menos uma vez cada ano;
3 - Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição;
4 - Jejuar e não comer carne quando manda a Santa Igreja;
5 - Pagar dízimo segundo costume.

OS SETE PECADOS CAPITAIS
1 - Soberba
2 - Avareza
3 - Luxúria
4 - Ira
5 - Gula
6 - Inveja
7 - Preguiça

Exame de consciência antes da confissão.

Acredito num Salvador que me ama, que perdoa os meus pecados e que me dá a graça de me tornar santo. Jesus Cristo, através do ministério dos Seus sacerdotes, faz ambas as coisas no Sacramento da Penitência.
“Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio. . . Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; e a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos.” (João 20:21-23)
“Mesmo que os teus pecados sejam como escarlate, ficarão brancos como neve.” (Isaías 1:18)
“Não vim chamar os justos, mas os pecadores.” (Mateus 9:13)
“Os homens receberam de Deus um poder que não foi dado aos anjos nem aos arcanjos. Nunca foi dito aos espíritos celestes, ‘O que ligardes e desligardes na terra será ligado e desligado no céu’. Os príncipes deste mundo só podem ligar e desligar o corpo. O poder do sacerdote vai mais além; alcança a alma, e exerce-se não só em baptizar, mas ainda mais em perdoar os pecados. Não coremos, pois, ao confessar as nossas faltas. Quem se envergonhar de revelar os seus pecados a um homem, e não os confessar, será envergonhado no Dia do Juízo na presença de todo o Universo.” (S. João Crisóstomo, Tratado sobre os Sacerdotes, Liv. 3)
Oração para antes da Confissão: Senhor, iluminai-me para me ver a mim próprio tal como Vós me vedes, e dai-me a graça de me arrepender verdadeira e efectivamente dos meus pecados. O Virgem Santíssima, ajudai-me a fazer uma boa confissão.
Como se Confessar: Antes de mais, examine bem a sua consciência. Em seguida, diga ao sacerdote que pecados específicos cometeu, e, com a maior exactidão possível, quantas vezes os cometeu desde a sua última boa confissão. Só é obrigado a confessar os pecados mortais, visto que pode obter o perdão dos seus pecados veniais através de sacrifícios e actos de caridade. Se estiver em dúvida sobre se um pecado é mortal ou venial, mencione ao confessor a sua dúvida. Recorde-se, também, que a confissão dos pecados veniais ajuda muito a evitar o pecado e a avançar na direcção do Céu.
Condições necessárias para um pecado ser mortal:
  1. Matéria séria
  2. Reflexão suficiente
  3. Pleno consentimento da vontade
Considerações preliminares:
  1. Alguma vez deixei de confessar um pecado grave, ou conscientement disfarcei ou escondi um tal pecado?
    Nota: Esconder deliberadamente um pecado mortal invalida a confissão, e é igualmente pecado mortal. Lembre-se que a confissão é privada e sujeita ao Sigilo da Confissão, o que quer dizer que é pecado mortal um sacerdote revelar a quem quer que seja a matéria de uma confissão.
  2. Alguma vez fui irreverente para com este Sacramento, não examinando a minha consciência com o devido cuidado?
  3. Alguma vez deixei de cumprir a penitência que o sacerdote me impôs?
  4. Tenho quaisquer hábitos de pecado grave que deva confessar logo no início (por exemplo, impureza, alcoolismo, etc.)?
Primeiro Mandamento: Eu sou o Senhor teu Deus, Não terás deuses estranhos perante Mim (incluindo pecados contra a Fé, Esperança e Caridade).
  1. Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?
  2. Alguma vez duvidei deliberadamente de algum ensinamento da Igreja, ou o neguei?
  3. Tomei parte num acto de culto não católico?
  4. Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anti-católico?
  5. Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anti-católica?
  6. Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, tábua Ouija, etc.)?
  7. Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos?
  8. Recomendo-me a Deus diàriamente?
  9. Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
  10. Abusei os Sacramentos de alguma maneira? Recebi-os com irreverência, como, por exemplo, a Comunhão na Mão sem obedecer aos princípios e às sete regras promulgadas por Paulo VI como sendo obrigatórias neste caso?
  11. Trocei de Deus, de Nossa Senhora, dos Santos, da Igreja, dos Sacramentos, ou de quaisquer coisas santas?
  12. Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
  13. Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?
  14. Presumi em qualquer altura que tinha garantida a misericórdia de Deus?
  15. Desesperei da misericórdia de Deus?
  16. Detestei a Deus?
  17. Dei demasiada importância a alguma criatura, actividade, objecto ou opinião?
Segundo Mandamento: Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.
  1. Jurei pelo nome de Deus falsamente, impensadamente, ou em assuntos triviais e sem importância?
  2. Murmurei ou queixei-me contra Deus (blasfêmia)?
  3. Amaldiçoei-me a mim próprio, ou a outra pessoa ou criatura?
  4. Provoquei alguém à ira, para o fazer praguejar ou blasfemar a Deus?
  5. Quebrei uma promessa feita a Deus?
Terceiro Mandamento: Recorda-te de santificar o Dia de Sábado.
  1. Faltei à Missa nos Domingos ou Festas de guarda?
  2. Cheguei atrasado à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saí mais cedo por minha culpa?
  3. Fiz com que outras pessoas faltassem à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saíssem mais cedo, ou chegassem atrasados à Missa?
  4. Estive distraído propositadamente durante a Missa?
  5. Fiz ou mandei fazer trabalho servil desnecessário num Domingo ou Festa de guarda?
  6. Comprei ou vendi coisas sem necessidade nos Domingos e Dias Santos de guarda?
Quarto Mandamento: Honra o teu pai e a tua mãe.
  1. Desobedeci aos meus pais, faltei-lhes ao respeito, descuidei-me em ajudá-los nas suas necessidades ou na compilação do seu testamento, ou recusei-me a fazê-lo?
  2. Mostrei irreverência em relação a pessoas em posições de autoridade?
  3. Insultei ou disse mal de sacerdotes ou de outras pessoas consagradas a Deus?
  4. Tive menos reverência para com pessoas de idade?
  5. Tratei mal a minha esposa ou os meus filhos?
  6. Foi desobediente ao meu marido, ou faltei-lhe ao respeito?
  7. Sobre os meus filhos:
Descuidei as suas necessidades materiais?
Não tratei de os fazer baptizar cedo? *(Veja-se em baixo.)
Descuidei a sua educação religiosa correcta?
Permiti que eles descuidassem os seus deveres religiosos?
Consenti que se encontrassem ou namorassem sem haver hipótese de se celebrar o matrimónio num futuro próximo? (Santo Afonso propõe um ano, no máximo).
Deixei de vigiar as companhias com quem andam?
Deixei de os disciplinar quando necessitassem de tal?
Dei-lhes mau exemplo?
Escandalizei-os, discutindo com o meu cônjuge em frente deles?
Escandalizei-os ao dizer imprecações e obscenidades à sua frente?
Guardei modéstia na minha casa?
Permiti-lhes que usassem roupa imodesta (mini-saias; calças justas, vestidos ou camisolas justos; blusas transparentes; calções muito curtos; fatos de banho reveladores; etc.)? †
Neguei-lhes a liberdade de casar ou seguir uma vocação religiosa?
As crianças devem ser baptizadas o mais cedo possível. Além das prescrições diocesanas particulares, parece ser a opinião geral . . . que uma criança deve ser baptizada cerca de uma semana ou dez dias a seguir ao nascimento. Muitos católicos atrasam o baptismo por quinze dias ou um pouco mais. A ideia de administrar o Baptismo nos três dias que se seguem ao parto é demasiado estrita. Santo Afonso, seguindo a opinião geral, pensava que um atraso não justificado de mais de dez ou onze dias a seguir ao parto seria um pecado grave. Segundo o costume moderno, que é conhecido e não corrigido pelos Ordinários locais, um atraso de mais de um mês sem motivo seria um pecado grave. Se não houve perigo aparente para a criança, os pais que atrasem o baptismo por três semanas, pouco mais ou menos, não podem ser acusadas de pecado grave, mas a prática de baptizar o recém-nascido na semana ou dez dias que se seguem ao parto deve recomendar-se firmemente; e, de facto, pode mesmo recomendar-se um período ainda mais curto. — H. Davis S.J., Moral and Pastoral Theology, Vol. III, pg. 65, Sheed and Ward, New York, 1935
†Peça o folheto MODÉSTIA NO VESTUÁRIO
Quinto Mandamento: Não matarás.
  1. Procurei, desejei ou apressei a morte ou o ferimento de alguém?
  2. Alimentei ódio para com alguém?
  3. Oprimi alguém?
  4. Desejei vingar-me?
  5. Provoquei a inimizade entre outras pessoas?
  6. Discuti ou lutei com alguém?
  7. Desejei mal a alguém?
  8. Quis ferir ou maltratar alguém, ou tentei fazê-lo?
  9. Recuso-me a falar com alguém, ou ressentimento de alguém?
  10. Regozijei-me com a desgraça alheia?
  11. Tive ciúmes ou inveja de alguém?
  12. Fiz ou tentei fazer um aborto, ou aconselhei alguém a que o fizesse?
  13. Mutilei o meu corpo desnecessàriamente de alguma maneira?
  14. Consenti em pensamentos de suicídio, desejei suicidar-me ou tentar suicidar-me?
  15. Embriaguei-me ou usei drogas ilícitas?
  16. Comi demais, ou não como o suficiente por descuido (isto é, alimentos nutritivos)?
  17. Deixei de corrigir alguém dentro das normas da caridade?
  18. Causei dano à alma de alguém, especialmente crianças, dando escândalo através de mau exemplo?
  19. Fiz mal à minha alma, expondo-a intencionalmente e sem necessidade a tentações, como maus programas de TV, música reprovável, praias, etc.?
Sexto e Nono Mandamentos: Não cometerás adultério. Não cobiçarás a mulher do próximo.
  1. Neguei ao meu cônjuge os seus direitos matrimoniais?
  2. Pratiquei o controlo de natalidade (com pílulas, dispositivos, interrupção)?
  3. Abusei dos meus direitos matrimoniais de algum outro modo?
  4. Cometi adultério ou fornicação (sexo pré-marital)?
  5. Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homosexualidade ou lesbianismo, etc.)?
  6. Toquei ou abracei outra pessoa de forma impura?
  7. Troquei beijos prolongados ou apaixonados?
  8. Pratiquei a troca prolongada de carícias?
  9. Pequei impuramente contra mim próprio (masturbação)?
  10. Consenti em pensamentos impuros, ou tive prazer neles?
  11. Consenti em desejos impuros para com alguém, ou desejei conscientemente ver ou fazer alguma coisa impura?
  12. Entreguei-me conscientemente a prazeres sexuais, completos ou incompletos?
  13. Fui ocasião de pecado para os outros, por usar roupa justa, reveladora ou imodesta?
  14. Fiz alguma coisa, deliberadamente ou por descuido, que provocasse pensamentos ou desejos impuros noutra pessoa?
  15. Li livros indecentes ou vi figuras obscenas?
  16. Vi filmes ou programas de televisão sugestivos, ou pornografia na Internet, ou permiti que os meus filhos os vissem?
  17. Usei linguagem indecente ou contei histórias indecentes?
  18. Ouvi tais histórias de boa vontade?
  19. Gabei-me dos meus pecados, ou deleitei-me em recordar pecados antigos?
  20. Estive com companhias indecentes?
  21. Consenti em olhares impuros?
  22. Deixei de controlar a minha imaginação?
  23. Rezei imediatamente, para afastar maus pensamentos e tentações?
  24. Evitei a preguiça, a gula, a ociosidade, e as ocasiões de impureza?
  25. Fui a bailes imodestos ou peças de teatro indecentes?
  26. Fiquei sozinho sem necessidade na companhia de alguém do sexo oposto?
Note bemNão tenha receio de confessar ao sacerdote qualquer pecado impuro que tenha cometido. Não esconda ou tente disfarçá-lo. O sacerdote está ali para o ajudar e perdoar. Nada do que possa dizer o escandalizará; por isso, não tenha medo, por mais envergonhado que esteja.
Sétimo e Décimo Mandamentos: Não roubarás. Não cobiçarás os bens do teu próximo.
  1. Roubei alguma coisa? O quê, ou quanto?
  2. Danifiquei a propriedade de outrem?
  3. Deixei estragar, por negligência, a propriedade de outrem?
  4. Fui negligente na guarda do dinheiro ou bens de outrem?
  5. Fiz batota ou defraudei alguém?
  6. Joguei em excesso?
  7. Recusei-me a pagar alguma dívida, ou descuidei-me no seu pagamento?
  8. Adquiri alguma coisa que sabia ter sido roubada?
  9. Deixei de restituir alguma coisa emprestada?
  10. Lesei o meu patrão, não trabalhando como se esperava de mim?
  11. Fui desonesto com o salário dos meus empregados?
  12. Recusei-me a ajudar alguém que precisasse urgentemente de ajuda, ou descuidei-me a fazê-lo?
  13. Deixei de restituir o que roubei, ou obtive por embusted ou fraude?(Pergunte ao sacerdote como poderá fazer a restituição, ou seja, devolver ao legítimo dono o que lhe tirou).
  14. Tive inveja de alguém, por ter algo que eu não tenho?
  15. Invejei os bens de alguém?
  16. Tenho sido avarento?
  17. Tenho sido cúpido e invejoso, dando demasiada importância aos bens e confortos materiais? O meu coração inclina-se para as posses terrenas ou para os verdadeiros tesouros do Céu?
Oitavo Mandamento: Não levantarás falsos testemunhos contra o teu próximo.
  1. Menti a respeito de alguém (calúnia)?
  2. As minhas mentiras causaram a alguém danos materiais ou espirituais?
  3. Fiz julgamentos temerários a respeito de alguém (isto é, acreditei firmemente, sem provas suficientes, que eram culpados de algum defeito moral ou crime)?
  4. Atingi o bom nome de alguém, revelando faltas autênticas mas ocultas (maledicência)?
  5. Revelei os pecados de outra pessoa?
  6. Fui culpado de fazer intrigas (isto é, de contar alguma coisa desfavorável que alguém disse de outra pessoa, para criar inimizade entre eles)?
  7. Dei crédito ou apoio à divulgação de escândalos sobre o meu próximo?
  8. Jurei falso ou assinei documentos falsos?
  9. Sou crítico ou negativo sem necessidade ou falto à caridade nas minhas conversas?
  10. Lisonjeei outras pessoas?
As obras de Misericórdia espirituais e corporais
Descuidei-me no cumprimento das obras seguintes, quando as circunstâncias mo pediam?
As sete obras de Misericórdia espirituais
1. Dar bom conselho aos que pecam. 2. Ensinar os ignorantes. 3. Aconselhar os que duvidam. 4. Consolar os tristes. 5. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo. 6. Perdoar as injúrias por amor de Deus. 7. Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.
As sete obras de Misericórdia corporais
1. Dar de comer a quem tem fome. 2. Dar de beber a quem tem sede. 3. Vestir os nus. 4. Visitar e resgatar os cativos. 5. Dar pousada aos peregrinos. 6. Visitar os doentes. 7. Enterrar os mortos.
Lembre-se que a nossa Santa Fé Católica nos ensina que … assim como o corpo sem o espírito está morto, também a fé sem obras está morta(Tiago 2: 26).
Os sete pecados mortais e as virtudes opostas
1. Soberba………………………………………….Humildade
2. Avareza……………………………………….Liberalidade
3. Luxúria……………………………………………Castidade
4. Ira……………………………………………………Paciência
5. Gula…………………………………………….Temperança
6. Inveja……………………………………………….Caridade
7. Preguiça………………………………………….Diligência
Os cinco efeitos do orgulho
1. Vanglória: a. Jactância b. Dissimulação/ Duplicidade
2. Ambição
3. Desprezo dos outros
4. Ira/ Vingança/ Ressentimento
5. Teimosia/ Obstinação.
Nove maneiras de ser cúmplice do pecado de outrem
a. Alguma vez fiz deliberadamente com que outros pecassem?
b. Alguma vez cooperei nos pecados de outrem:
1. Aconselhando? 2. Mandando? 3. Consentindo? 4. Provocando?
5. Lisonjeando? 6. Ocultando? 7. Compartilhando? 8. Silenciando?
9. Defendendo o mal feito?
Os quatro pecados que bradam aos Céus
1. Homicídio voluntário. 2. O pecado de sodomia ou lesbianismo.
3. Opressão dos pobres. 4. Não pagar o salário justo a quem trabalha.
Os seis Mandamentos da Igreja
  1. Ouvi Missa nos Domingos e Festas de guarda?
  2. Cumpri o jejum e a abstinência nos dias prescritos, e guardei o jejum eucarístico?
  3. Confessei-me pelo menos uma vez no ano?
  4. Recebi a Sagrada Eucaristia pelo menos uma vez por ano?
  5. Contribui, na medida do possível, para as despesas do culto?
  6. Observei as leis da Igreja sobre o Matrimónio, ou seja, quanto ao matrimónio sem a presença de um sacerdote, ou no caso de matrimónio com um parente próximo ou um não-Católico?
As cinco blasfêmias contra o Coração Imaculado de Maria
  1. Blasfemei contra a Imaculada Conceição?
  2. Blasfemei contra a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora?
  3. Blasfemei contra a Maternidade Divina de Nossa Senhora? Deixei de reconhecer a Nossa Senhora como Mãe de todos os homens?
  4. Tentei pùblicamente semear nos corações das crianças indiferença ou desprezo, ou mesmo ódio, em relação à sua Mãe Imaculada?
  5. Ultrajei-A directamente nas Suas santas imagens?
Finalmente:
Recebi a Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal? (Este é um sacrilégio muito grave).
O exame dos pecados veniais de Santo António Maria Claret
A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, não chega desejar firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário tem uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmement evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes:
  1. O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo.
  2. O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente.
  3. O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de as cumprir com negligência voluntária.
  4. O pecado de manter um afecto desregrado por alguém.
  5. O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito.
  6. O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distracções e outras irreverências, e sem preparação séria.
  7. Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós.
  8. O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza.
  9. O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direcção da obediência.
Nota: Fala-se aqui de situações em que encontraremos aconselhamento digno se o procurarmos, mas nós, apesar disso, preferimos seguir as nossas próprias luzes, embora frouxas.
Oração para uma boa confissão:
Meu Deus, por causa dos meus pecados crucifiquei de novo o Vosso Divino Filho e escarneci dEle. Por isto sou merecedor da Vossa cólera e expus-me ao fogo do Inferno. E como fui ingrato para conVosco, meu Pai do Céu, que me criastes do nada, me redimistes pelo preciosíssimo sangue do Vosso Filho e me santificastes pelos Vossos santos Sacramentos e pelo Espírito Santo! Mas Vós poupastes-me pela Vossa misericórdia, para que eu pudesse fazer esta confissão. Recebei-me, pois, como Vosso filho pródigo e dai-me a graça de uma boa confissão, para que possa recomeçar a amar-Vos de todo o meu coração e de toda a minha alma, e para que possa, a partir de agora, cumprir os Vossos Mandamentos e sofrer com paciência os castigos temporais que possam cair sobre mim. Espero, pela Vossa bondade e poder, obter a vida eterna no Paraíso. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amen.
Nota final
Lembre-se de confessar os seus pecados com arrependimento sobrenatural, tendo uma resolução firme de não tornar a pecar e de evitar situações que levem ao pecado. Peça ao seu confessor que o ajude a superar alguma dificuldade que tenha em fazer uma boa confissão. Cumpra prontamente a sua penitência.
Acto de Contrição
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido, e com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amen.

Os Sete Pecados Capitais


OS 7 PECADOS CAPITAIS
A. Boulenger
(Doutrina Católica – Manual de Instrução Religiosa – Moral)
Vocábulos
1º. Pecados capitais. 1º. O termo pecado tem, nesta lição, duplo sentido. Significa:
a) vício, quando se consideram a soberba, a avareza, a luxúria, etc., como maus hábitos que levam ao pecado;
b) pecado atual, quando se trata de um ato transitório, seja ele causado por uma disposição habitual ou não. Assim muitos cometerão o pecado de orgulho, sem ter o vício de soberba.
2º. Capitais (do latim “caput”: cabeça, fonte). De acordo com a própria etimologia da palavra, esses pecados tem tal nome:
a) porque podem ser pecados gravíssimos, dignos da pena de morte;
b) porque, nos primeiros séculos da Igreja, eram equiparados a outros muito graves, como a idolatria, o homicídio, o adultério, e condenados a uma penitência pública;
c) porque são origem, fonte de vários outros, ainda que não sejam necessariamente e sempre, pecados mortais.
PECADOS CAPITAIS
Há sete pecados, ou vícios, que podem ser tidos como graves, quer quanto à sua natureza, quer quanto às suas conseqüências. Estes sete pecados capitais são:
1) Soberba;
2) Avareza;
3) Luxúria;
4) Inveja;
5) Gula;
6) Ira;
7) Preguiça.
Alguns: soberba, avareza, inveja, ira e preguiça, quando desídia do intelecto, são mais especialmente pecados do espírito. A luxúria e a gula, pelo contrário, são pecados do corpo.
1. SOBERBA
1º. Natureza. Soberba é a estima excessiva da própria pessoa. Manifesta-se principalmente de três maneiras:
a) o soberbo mostra-se ufano das qualidades que tem, não se lembra que deve por elas dar glória a Deus: “Que tens tu, diz São Paulo, sem o teres recebido? E se o recebeste, como é que te glorias, como se aquilo fosse teu?” (I Cor IV, 7);
b) atribui-se dotes que não possui;
c)rebaixa as vantagens dos outros. É parecido com o fariseu que coteja suas virtudes com os senões do próximo.
2º. Derivadas da soberba. A soberba produz a ambição, a presunção, e a vanglória.
A. Ambição é o desejo descomedido de glória, honras, fortuna, poder, etc. o ambicioso anda atrás das posições de destaque e das dignidades. “Apreciam o primeiro lugar nos banquetes, os assentos mais elevados nas sinagogas” (Mt XXIII, 6) diz Nosso Senhor, falando dos Escribas e dos Fariseus.
B. Presunção é a demasiada confiança em si próprio. Presunção e ambição não raro andam a par. O presunçoso exagera seus talentos, julga-se preparadíssimo para qualquer encargo. E trata de meter-se em negócios e empregos altos, para os quais lhe falecem habilidades e competência.
C. Vanglória é a mania de se envaidecer por predicados, mais brilhantes e espalhafatosos, do que reais e sólidos; de colher louvores, e pasmar os circunstantes, quanto não há motivo para tanto. Este gaba-se de uma estirpe nobre, de linhagem ilustre; aquele é altaneiro por causa do palacete; este outro, é pela roupa, ou pelo automóvel. Esquecidos, todos, de que se houver glória nisso, não é a eles que deve ninbar (não quer dizer que todo luxo é soberba e impostura. Não é, quando fica em relação natural com a posição que se ocupa na sociedade. Então, justifica-se no ponto de vista hierárquico e econômico. Quem não atendesse às exigências da fortuna que possui cairia no excesso oposto que entra no segundo pecado capital [avareza]).
A vanglória, por sua vez, gera:
a) a jactância. A jactância, a bazófia, ou gabolice está doida pelos elogios. Baba-se por eles, suplica-os. E quando não os consegue logo, vai-se, o sujeito, encomiando a si mesmo. Nas palestras, não deixa os outros falar. Só ele, só dele. Não aprecia os companheiros, nem se importa com eles, e por isso, conta, o que fez e não fez, mandou e desmandou, suas boas obras, virtudes, esmolas (em dois casos é permitido dar a conhecer o bem que se obrou: a) para livrar-se de censura imerecida; b) para instruir e edificar o próximo, como o pratica São Paulo na Epístola aos Gálatas);
b) a hipocrisia é outro fruto espúrio da vanglória. As felicitações que os gabolas se outorgam nos seus alardes palavrosos, o hipócrita quer granjeá-las por seus atos fiteiros, e suas virtudes de aparato. Anda deslembrado dos conselhos de Nosso Senhor: “Tende cuidado em não fazer vossas boas obras para serdes vistos pelos homens … quando dais esmola, não toqueis trombeta, como costumam os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para que vos honrem os homens’ (Mt VI, 1,2);
citemos, ainda, o aferro, a obstinação, a teimosia, três vocábulos mais ou menos sinônimos, exprimindo o apego que se tem ao próprio parecer, não querendo que vingue a opinião dos outros, nem até quando a razão está com eles.
3º. Malícia da soberba. É pecado grave, quando o orgulho quer elevar-se acima de Deus e dos superiores. É tido como fonte de todos os males.
4º. Remédios. Os meios para curar a chaga do orgulho são:
a) um exame atento, demorado, sincero, das nossas misérias, das nossas falhas e fraquezas; da inconsistência dessas coisas que nos envaidecem;
b) a contemplação da humildade de Nosso Senhor, que, sendo Deus, se rebaixou a ponto de revestir-se da humanidade, e sujeitar-se a todas as contingências mais triviais e vis da nossa natureza; depois, a todos os ultrajes.
2. AVAREZA
1º. Natureza. Avareza é o amor desregrado às riquezas. Assume duas modalidades:
a) É avarento o que anda aflito por ganhar mais dinheiro, sempre excogita artes de aumentar seus cabedais, e antes trata os bens como donos do que como servos. A fortuna, para ele, é um fim, e não o meio de prover às necessidades da existência.
b) É avarento mais encontradiço, o que está afeiçoado a seus tesouros. Sovina. Não dá nada. E quando precisa gastar, parece que lhe arrancam um pedaço da alma. A economia é outra coisa. Consiste em regular as despesas pelos rendimentos,: aquelas não excedendo estes. Não é vício. É virtude preciosa, estímulo do trabalho, e mãe da prosperidade. A avareza tanto se aninha no coração do pobre, como no do rico. Avulta, não raro, com a idade. Recrudesce com a velhice.
2º. Efeitos. Da avareza nascem:
a) a injustiça para com o próximo: fraudes, trapaças, roubos;
b) a traição: Judas vendeu seu Mestre por trinta moedas;
c) o empedernimento do coração para com os indigentes. O avarento não se compadece da miséria: nunca abre a mão para obsequiar, para dar esmola aos pobres.
3º. Malícia. A avareza pode vir a ser pecado grave:
a) contra Deus: o avarento prefere, com efeito, a tudo, o dinheiro. Adora o ouro. É seu ídolo. Deus não existe mais para ele.
b) contra o próximo: o avarento, certo é que não cumpre o dever de caridade. E este dever, em determinados casos, constitui obrigação imperiosa.
4º. Remédios. Dois remédios podem fazer bem ao avarento:
a) lembre-se amiúde que tudo passa neste mundo; que são perecedouros, frágeis, e de pouquíssimo valor, os bens da terra. Caducam rapidamente. Única riqueza de verdade é amar a Deus.
b) medite nos exemplos de Jesus Cristo. Era riquíssimo, quis nascer, viver e morrer, paupérrimo.
3. LUXÚRIA
Luxúria, ou lascívia, é o vício contrário à pureza, proibido pelo 6º e 9º Mandamentos da Lei de Deus.
I. A pureza. 6º e 9º Mandamentos
1º. Excelência da virtude da pureza. A castidade, ou pureza, consiste na abstenção dos prazeres carnais ilícitos. Nenhuma virtude tem mais valor do que a castidade, porque ela, melhor que as outras, é o domínio do espírito sobre a carne, da alma sobre o corpo. Por isso, não é de estranhar que esta virtude, preceito ou lei natural muito embora, fique sendo como que apanágio e monopólio da religião católica. É a pura verdade afirmar que não a conheceu o mundo pagão, e que, hoje em dia, desabrocha e viceja apenas no ambiente do Catolicismo.
2º. Objeto do 6º e 9º Mandamentos. O 6º e 9º Mandamentos da Lei de Deus proíbem os pecados de luxúria, contrários à virtude da pureza. Única diferença entre os dois, é que o 9º, repetindo o 6º, vai além, reforça a proibição, abarcando a mais os maus pensamentos e maus desejos. Assim, enquanto o 6º Mandamento veda atos, olhares e palavras ofensivas da modéstia cristã, o 9º atalha o mal na própria fonte, e condena o simples pensamento impuro, o simples desejo desonesto: de um lado, pois, os atos exteriores, e do outro, os atos interiores, como sendo, estes, causa daqueles, e comparáveis à fagulha que ateia o incêndio. Na explanação desta matéria, andaremos lembrados, de contínuo, dos prudentes avisos de Santo Afonso de Ligório e São Francisco de Sales, concordes nisso, e ambos com São Paulo, dizendo que não é bom, tocar em termos muito explícitos nestes assuntos, e que já se ofende a castidade, só com o nomear a impureza.
II. O que é proibido pelo sexto Mandamento da Lei de Deus.
O 6º Mandamento da Lei de Deus proíbe:
1º. As más ações. Há certas coisas indecentes que o menino não se atreveria a praticar à vista de seus pais ou de seus mestres, e que desonram e envergonham os autores, quando essas coisas vêm a ser conhecidas. Ora, aquilo, ainda que fique ignorado dos homens, não está escondido aos olhos de Deus. Logo, é pecado mortal por natureza. Sempre. Esteja, o culpado, só, ou na companhia de outras pessoas. Entretanto, a malícia varia segundo a qualidade destas pessoas e segundo as coisas más que se fazem.
2º. Maus olhares. Consistem em demorar a vista, por gosto e sem necessidade, nos objetos ou nas pessoas que podem excitar as paixões: por exemplo, estátuas, imagens ou pessoas que não têm a devida decência.
3º. Escritos e palavras desonestas. Quer dizer, qualquer escrito (maus livros e maus jornais), qualquer palavra (cantigas ou conversas despudoradas) que ofendem o recato, ou abertamente, às escâncaras, ou disfarçadamente, por meio de equívocos, ambigüidades, reticências. Nada mais prejudicial do que as más leituras. Quanto às más conversas, afirma São Paulo (I Cor XV, 33) “que corrompem os bons costumes”.
III. O que proíbe o 9º Mandamento
O 9º Mandamento proíbe:
1º. Os maus pensamentos. O pecado de pensamento, que os teólogos, chamam de “deleitação morosa”, consiste em se demorar, voluntariamente, na imaginação de uma coisa ruim, sem querer mesmo chegar à prática da mesma. Tal deleitação, ou gozo, é chamada morosa, do vocábulo latim “mora” atraso, diz Santo Tomás, porque a razão, em lugar de repelir sem tardança, como fôra de mister, as cogitações impuras que se apresentam, se demora nelas (immoratur), as acolhe com agrado, e nelas se compraz livremente (por aí se vê que vai grande diferença entre “deleitação morosa” e “sugestão má”. Esta independe da vontade. É uma tentação, nem mais nem menos). Quem se entregou à deleitação morosa tem que declarar na confissão, a natureza específica deste pensamento; por exemplo, se tem voto de castidade, ou se as cogitações diziam respeito a uma parenta, ou a uma pessoa casada. É pecado mortal, quando a coisa é mesmo ruim, e o consentimento pleno. Do contrário, é venial. E não há pecado nenhum, quando se combate e se afugenta a representação do mal, e se reprova.
2º. Os maus desejos. O desejo é mais do que o pensamento, porque, com a imaginação do ato mau, está a intenção e vontade de praticá-lo. Perante Deus, é a mesmíssima coisa: querer ver, ouvir ou fazer, coisas impudicas, e ver, ouvir, ou fazer. Agora os desejos desonestos são como os pensamentos: culpados, exatamente na proporção em que são voluntários.
IV. Gravidade dos atos contra a pureza.
É facílimo avaliar a gravidade dos atos contra a pureza, pela meditação das conseqüências desastradas que acarretam na alma e no corpo:
a) Na alma. Nublam, entenebrecem, e materializam, a inteligência. Cegam-na para as coisas de Deus (I Cor II, 14). Desmoralizam e embrutecem o coração que, então, se separa e afasta de Deus, abandona a religião, cai na impiedade.
b) No corpo. A impureza estraga a saúde, exaure as forças, traz as doenças mais repugnantes e vergonhosas, as enfermidade mais asquerosas, e não raro, fim prematuro. Portanto, são mortais, geralmente, os pecados de impureza, a não ser que a irreflexão diminua esta gravidade.
V. Causas que levam à impureza.
As causas determinantes de pecados contra a castidade podem se classificar em: exteriores e interiores.
1º. Causas exteriores. São as que deparamos fora do nosso espírito viciado e do nosso coração corrupto pelo pecado original:
a) As más leituras. Esta rubrica geral abrange os livros ímpios, licenciosos, jornal ruim, revista ruim, e em especial, folhetins e romances que pintam ou encarecem o vício: denominam-se realistas ou naturalistas, e o que querem, é estadear o crime em todos seus pormenores, toda a hediondez, sem rebuços; ou denominam-se psicológicos, pretendendo escalpelar as almas com seus sentimentos mais abjetos, em todos seus refolhos. Uns e outros provocam desgraças. Não há iludir ou anestesiar a consciência. Ninguém se imuniza contra este tóxico violento, traiçoeiro e fatal. Dirão que procuram unicamente as belezas literárias, o encanto das descrições, a magia do estilo. É verdade. Isca fementida. Engodo. Procura-se tudo isso, e encontra-se mais alguma coisa: o veneno, que a alma engole por doses pequenas ou grandes, e que mata. Não se hão de perlustrar pântanos lodosos e pestilenciais sem apanhar pingos de lama. É absurdo. E será mesmo tão minguada a nossa literatura, que só nesses charcos se poderão descobrir modelos de estilo, de bela dição, de alta cultura clássica?
b) Espetáculos. Teatros e cinemas não são maus por índole, por natureza, é claro. Haveriam mesmo de aformosear a alma, educar a vontade, e nobilitar o coração. Infelizmente, sucede quase sempre o contrário. E passam a ser verdadeiras escolas do crime e da imoralidade. Glorificação do vício, apoteose e triunfo da impureza, e menosprezo ou escárnio da virtude, isto é que é. Alexandre Dumas o disse alto e bom som: a mãe prudente não assiste aos espetáculos, e muito menos levaria aí sua filha.
c) Dança e baile. Sendo exercício corporal, a dança é ginástica nada reprovável. A Bíblia refere, em muitas passagens, sem nota alguma pejorativa, as danças praticadas pelas moças e senhoras de Israel, para divertimento (Juízes XXI, 21, 23; Jerem. XXXI, 4,13) antes religioso, manifestação de piedade, do que mundano. A filha de Jefté vai ao encontro do pai, e vai dançando com uma porção de companheiras (Juízes XI, 34). Quando Davi, vencedor de Golias, regressa triunfante, as mulheres de Israel o ovacionam e celebram, com danças, a glória dele (Reis XVIII, 6, 7; XXI, 11). Davi ia dançando diante da Arca da Aliança, que ele mandava recolher, com inaudita pompa (II Reis VI, 5). Nota-se, entretanto, que, as mais das vezes, dançavam, as jovens, sozinhas, separadas dos moços (Ex XV, 20; I Samuel XVIII, 6).
A dança moderna, conhecida por nomes variadíssimos, é outra coisa. Altamente condenável, por causa da liberdade infrene que nela reina, dos encontros que ali se realizam. Excetuando determinadas reuniões de família, a regra geral é que não se deve dançar. Muito menos ainda, se hão de freqüentar bailes públicos, ou bailes mascarados, que são os mais perigosos. Em que conta teremos os tais bailes de caridade? São organizados para angariar donativos, para aliviar os desamparados, ou as vítimas de alguma calamidade: inundação, seca, incêndio, etc.; motivo de beneficiência. Ora, para saber o que vale este sistema, examinemos o caso. Será, um baile, mais puro e menos arriscado, porque o fim é a esmola? Que tem uma coisa com outra? Onde é que se viu alterada a essência de uma coisa porque se lhe mudou o destino?
d) Reuniões mundanas e más companhias. “Dize-me com quem andas, que te direi quem és”. A freqüentação, os passeios, as amizades, ou familiaridade com pessoas levianas, frívolas, em busca de passatempos quaisquer, e que gastam o dia no ócio e na moleza, são também causas de muitos pecados de impureza.
e) Modas desonestas. Nos trajes femininos, a moda apresenta, por vezes, excentricidades que constituem verdadeiro desafio e insulto ao bom gosto e ao pudor. Tais modas são reprovadas pela religião, pela moral, e até pelo senso comum.
2º. Causas interiores. As causas provenientes de nós mesmos são:
a) Orgulho. Deus não ama os que “se ensoberbecem nos seus juízos”, desampara-os, e deixa-os “entregues a paixões de ignomínia” (Rm I, 21,26).
b) Intemperança. “Não vos embebedeis com vinho, diz São Paulo, isto é, fonte de devassidão: mas inebriai-vos do Espírito Santo” (Ef V, 18). Quem anda atrás dos deleites dos festins, dá a mão às tentações da carne e da concupiscência.
c) Ócio. A preguiça é mãe de todos os vícios, e São Jerônimo afirma, desassombrado que, se está um demônio solicitando ao mal o homem que trabalha, estão mais de cem demônios tentando o que está desocupado.
VI. Remédios contra a impureza.
1º. Meios naturais.
a) é preciso lembrar, primeiro, a fuga das ocasiões que podem levar ao pecado, quer dizer, a supressão, de vez, de todas as causas acima mencionadas.
A ocasião se diz remota ou próxima.
a) Ocasião remota é a que conduz, de modo muito indireto, até a ofensa a Deus. Tais ocasiões enxameiam pelo mundo, não há como evitá-las sempre, porque se alastram por todas parte. A melhor boa vontade não o conseguiria. Fugir delas não constitui obrigação.
b) Ocasião próxima é a que provoca a tal ponto que é quase certo cometermos o pecado, se ela não for removida. (1) A ocasião próxima será necessária de necessidade física ou moral: necessidade física, quando é de todo impossível suprimi-la; necessidade moral, quando a dificuldade é grande. Em ambos estes casos, é preciso lançar mão de todos os preservativos e orações, recepção dos Sacramentos da Penitência e Eucaristia. Renovar, amiúde, o propósito de nunca mais pecar. (2) Ou a ocasião próxima pode ser afastada, e então, há obrigação imperiosa de removê-la. É condição “sine qua non” para obter a absolvição. A Igreja impõe esta regra, porque conhece o que diz a Sagrada Escritura: “Quem ama o perigo, há de cair no abismo” (Ecl. III, 24).
b) a vigilância é guarda dos sentidos, da imaginação e das afeições;
c) a humildade;
d) a mortificação;
e) o trabalho, são outros tantos meios naturais e auxiliares poderosos na luta pela pureza.
2º. Meios sobrenaturais. Com os meios naturais, é indispensável ainda, o emprego dos meios sobrenaturais. Os principais são:
a) Oração. Deus nada recusa a quem pede.
b) Confissão. Desvendar a chaga é curá-la.
c) Comunhão freqüente. A Eucaristia é o alimento da força.
d) Devoção a Maria Santíssima. Vendo perigo, a criancinha recolhe-se junto da mãe. Maria Santíssima é mãe de todos nós, e ela tanto estima a virtude de pureza, que protegerá seus devotos que lhe suplicam auxílios, que se recolhem pela prece, à sombra benéfica de sua égide maternal.
4. INVEJA
1º. Natureza. A inveja deriva-se da soberba. Consiste no regozijo pela desgraça que sucede ao próximo e no pesar pela boa sorte dele, como se a felicidade alheia perturbasse a nossa. Logo, a inveja tem duas caras: expandida e risonha perante o mal dos outros; amarrada e tristonha diante da prosperidade alheia.
O distintivo essencial da inveja é a falta de caridade. Portanto, não tem inveja:
1. quem se entristece porque vê que é feliz e passa bem uma pessoa que não o merece. Não é inveja, é “zelo desatinado” porque a repartição dos bens deste mundo é da conta exclusiva de Deus;
2. quem fica triste com a promoção de fulano, porque isto poderá causar transtornos; é “temor legítimo”, se não ajuizado;
3. quem anda acabrunhado, porque outro ganhou o lugar que ele mesmo havia pleiteado por seus esforços; chama-se “brio, emulação”.
Ciúme é uma face da inveja. Não se alegra com os reveses e dissabores alheios. Mas tem o receio exacerbado de perder o bem que possui, e cobiça violentamente o bem dos outros.
2º. Efeitos. Da inveja nascem a calúnia, a maledicência, a delação, as rivalidades, as discórdias, o ódio e até o homicídio.
3º. Malícia. A inveja ofende a caridade que devemos ao próximo. É tanto mais culpada quanto mais avultado fôr o dano que ela causar aos outros.
4º. Remédios.
a) primeiro meio para tratamento desta enfermidade moral é recordarmos que todos os homens tem igual natureza e igual destino. Não são irmãos em Cristo todos os católicos? E não são todos eles membros da mesma sociedade que é a Igreja?
b) segundo meio, é ponderarmos as conseqüências nefandas que formam o séquito da inveja.
5. A GULA.
1º. Natureza. Gula é o amor desordenado ao alimento. Quando se aplica de modo especial à bebida chama-se embriaguez, alcoolismo.
A. Considerada em geral, a gula manifesta-se de duas maneiras:
a) pelo excesso na quantidade. O guloso multiplica as refeições; come a torto e a direito; ou então come demais, ou muito depressa, avidamente;
b) por excessiva exigência na qualidade. Peca por gula o que procura iguarias finas, e requinta nos prazeres do paladar; e até, quem repisa, a toda hora, na conversa, esses tópicos.
B. Embriaguez é a forma mais torpe e repugnante da gula. Com efeito, quem cai neste vício até ficar bêbado, perde o uso da razão e resvala abaixo dos brutos.
C. Alcoolismo é a paixão dos excitantes, das bebidas fortes. O alcóolico não chega a embebedar-se; mas, em doses exageradas e múltiplas, ingurgita o temível veneno. Tornou-se hábito, necessidade fatal.
2º. Efeitos. A gula em geral provoca:
a) o abandono das obrigações religiosas;
b) a transgressão das leis do jejum e da abstinência;
O alcoolismo tem conseqüências ainda mais desastradas. Com efeito, o alcoolismo não é senão embriaguez no estado crônico:
a) no indivíduo viciado por este funestíssimo hábito, aparecem as doenças mais impiedosas (…) As faculdades intelectuais embotam-se gradualmente, e breve, a vítima acha-se como que bestificada. No ponto de vista moral destrói o pudor e os brios, deixando apenas a medrar os instintos da animalidade.
b) na família é fautor de anarquia. O alcóolico foge do lar; deixa no desamparo mulher e filhos. E se, porventura ainda trabalha, gasta com o vício tudo o que vai ganhando.
c) para a sociedade também o alcoolismo é um flagelo, um cancro. Nos países onde grassa, queima as veias de um povo inteiro, dessora e desfibra a raça mais profundamente do que a chacina das batalhas.
3º. Malícia.
O amor exagerado do comer e do beber não é, em si, pecado grave. Adquire, porém, este caráter, quando levado ao ponto de menosprezar e transgredir o preceito da penitência.
Com a embriaguez, o caso é outro. Quando acidental e involuntária, desculpa-se; mas se for propositada, é pecado mortal. Quanto às faltas cometidas pelo bêbado, ele é responsável no grau em que as previu: a culpabilidade não está no ato, está na causa.
Tanto mais culpado é o alcoolismo quanto mais lamentáveis são os estragos que produz.
4º. Remédios. Para sanar este defeito da gula são eficazes as seguinte receitas:
a) evitar tudo o que lisonjeia demais o paladar, como as iguarias saborosas e muito finas;
b) pensar que isto de comer e beber não é o fim da atividade humana. Existe o alimento para a vida, não a vida para o alimento.
c) os pais devem incutir no ânimo dos filhos o amor da temperança e sobretudo dar-lhes bons exemplos a respeito.
d) as donas de casa zelem por ter um lar confortável e atraente, que agrade às visitas, ao esposo e aos filhos, desviando-os da freqüentação de tabernas e botequins.
6. IRA
1º. Natureza. Ira é um movimento desordenado da alma que se revolta contra o que não lhe apraz. Muitas vezes, é o resultado do orgulho que se julga melindrado, e quer desforçar-se. Mas é também uma paixão proveniente da índole, e que a vontade custa a senhorear.
Nem sempre alcança, a ira, o mesmo grau de violência. Por isso distinguem-se:
a) a impaciência;
b) a raiva;
c) o arrebatamento, que se derrama em berros e desaforos;
d) o furor, que se traduz por insânias, acessos próximos da loucura;
e)a vingança, que é o desejo cultivado de prejudicar a quem nos desagradou.
Há certa cólera que não é pecado. Vem a ser, apenas, justa indignação, quando se manifesta dentro de limites razoáveis: na hora azada, contra quem a merece, e com intensidade prudente. Um pai de família se mostrará oportuna e eficazmente irritado com o comportamento mau do filho, e infligirá uma correção enérgica que produza frutos de emenda. Um superior de comunidade, no desempenho do seu cargo, castiga publicamente uma ofensa à regra. A cólera, então, não é vício, é virtude.
Na Sagrada Escritura, temos muitos fatos destes. Moisés, ao deparar com o bezerro de ouro, deixa-se arrebatar pelo furor da ira santa, e quebra as tábuas da Lei (Ex XXXII, 19). Deus, muitas vezes, ira-se contra os pecadores (Sl CV, 40). Nosso Senhor lança mão do chicote, e tange para fora, irado, os vendilhões do Templo (Mt XXI, 12). Zanga com os Fariseus, que andavam espiando, para ver se haveria de curar, em dia de Sábado, o enfermo com a mão ressequida (Mc III, 5). São cóleras santas que têm justificativa no fim almejado: debelar ou fustigar o mal, e emendar os pecadores.
2º. Efeitos. A ira gera as disputas, as quisílias, doestos e vitupérios, brados e invectivas, rancor, ódios, assassínios e demandas.
3º. Malícia. Quando a cólera provém da índole, do gênio, é culpa venial só, a não ser que se desmande em crises, e seja deliberada. Quando inclui o desejo desnorteado de vingança, ofende a justiça ou a caridade, e então é pecado grave.
4º. Remédios. Para amordaçar e refrear a cólera, é preciso:
a) atalhar logo o primeiro ímpeto;
b) lembrar-se do preceito do Senhor: “Amai vossos inimigos … fazei o bem aos que vos odeiam” (MT V, 44);
c) meditar o exemplo do divino Mestre, Cordeiro manso e humilde de coração.
7. PREGUIÇA
1º. Natureza. Preguiça é o apego desmedido ao descanso que leva a omitir nossas obrigações, ou a descuidá-las. O espírito e o corpo do homem que trabalha necessitam de repouso. Mas, este não pode vir a ser regra geral, e com que o único fruto da existência.
Distinguem-se:
a) preguiça espiritual;
b) preguiça corporal.
Aquela é falta de ânimo, de coragem no cumprimento dos deveres religiosos, na oração. Esta é desleixo das nossas obrigações de estado.
2º. Efeitos. A preguiça faz ociosa a vida, e franqueia, a todas as tentações, os caminhos da alma. “A preguiça é a mãe de todos os vícios”. A preguiça espiritual põe em perigo a salvação eterna, pois “cada um há de receber a própria remuneração, conforme o próprio trabalho” (I Cor III, 8).
3º. Malícia. É pecado grave, a preguiça, quando chega até o esquecimento de Deus e das nossas obrigações mais importantes.
4º. Remédios. Para extirpar a preguiça, reflita-se que o trabalho é lei universal imposta pelo Criador. Os ricos não são dispensados. Existe, para eles, o grande dever da caridade, que os manda trabalhar a fim de aliviar, mais eficazmente, a sorte dos pobres.